segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Utilização de memes no ensino de História


As dificuldades encontradas durante o processo de ensino de história são facilmente notadas e por esse motivo, os cursos de licenciatura desta área do conhecimento encontram-se atentos a nova demanda da educação, como aponta Fávero Sobrinho (2010), o perfil do aluno com o qual esses profissionais terão contato ao ingressar no universo da educação básica tem mudado ao longo do tempo, e, conforme pesquisa realizada pelo jornal EBC em 2012, 70% dos jovens entre 9 e 16 anos possuem perfil em redes sociais, destes, 68% usam a internet para navegar nas redes sociais. Isto vem exigindo que se repense a postura adotada pelos docentes, comunidade escolar e acadêmica, pois cada vez mais as turmas dos níveis fundamental e médio exigem do professor um papel de educador capaz de assimilar as questões sociais de seu tempo e relacioná-las à aula, como por exemplo, a utilização de imagens das redes sociais, os chamados “memes” como forma de conteúdo mais acessível ao cotidiano do estudante.
Dentro das redes sociais já existem paginas especializadas na produção desse tipo de conteúdo, como a “História no Paint” que posta diariamente memes com conteúdo histórico, que podem ser facilmente apresentadas à sala de aula através de power point, ou utilização em material didático e avaliativo. Inserir esse tipo de material em sala pode ser um pouco complicado no começo, afinal, os alunos estão acostumados ao conteúdo histórico visto apenas em livros didáticos, e isso pode causar certo choque a eles, más com o decorrer das aulas o cenário pode mudar, causando mais interesse dos alunos pela matéria, afinal, os alunos veriam seu cotidiano sendo demonstrado durante uma matéria que é taxada por estudar assuntos antigos e sem ligação com a atualidade, quebrando os paradigmas que acabam retirando o interesse do estudante pela História, a importância de levar o cotidiano do aluno as salas de aula é facilmente perceptível quando se analisa as novas metodologias apresentadas pelos docentes aos discentes dos cursos de licenciatura.  

Imagem retirada na pagina do Facebook "História no Paint"


REFERENCIAS

MATSUK, Edgard. Pesquisa mostra como os adolescentes usam internet no Brasil. 2012. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/tecnologia/2012/10/pesquisa-tic-kids-online-brasil>. Acesso em: 17 nov. 2018.

DANTAS, Fabiana. ENSINO DE HISTÓRIA E MEMES: REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA COM UMA TURMA DE ENSINO FUNDAMENTAL. 2017. Disponível em: <https://even3storage.blob.core.windows.net/anais/53003.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2018.

MEME. https://www.facebook.com/Historianopaint/, 2019. E-book.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Temática Indígena Chapecoense


“Índios são todos vagabundos e não merecem mais nenhum cm de terra” ou, “para que dar terra aos indígenas? Eles não fazem nada com ela mesmo”, infelizmente essas frases são comuns no atual cenário chapecoense, mas os índios são mesmo vagabundos por não fazerem um uso capitalista de suas terras? Segundo Pierre Clastres, no texto: A sociedade contra o estado- 1974 culturas diferentes têm visões de sociedade diferentes, sendo assim, a sociedade indígena não é menos evoluída e nem mais evoluída, mas sim diferente da nossa sociedade capitalista.
Segundo Marx, capitalismo é um determinado modo de produção cujos meios estão nas mãos dos capitalistas, que constituem uma classe distinta da sociedade, diretamente ligado ao lucro e geração de capital. Analisando a sociedade indígena, percebe-se que eles não possuem essa ligação com o capital e geração de lucro, pois não necessitam da mesma, e por isso são taxadas como primitivas.
Chapeco, uma cidade maravilhosa, que no dia 25/08 comemora seu aniversario de colonização, uma colonização manchada por guerras e sangue dos indígenas e caboclos que aqui viviam até a presente ocupação, e seus colonizadores, gentilmente chamados de “desbravadores” pelos habitantes locais, são os principais responsáveis por esses conflitos. São 101 anos de historia, mas essa questão indígena ainda é um assunto extremamente delicado nessa cidade, pois, o coronelismo implantado pelos “desbravadores” ainda se faz presente atualmente, são exatamente esses coronéis que fazem queimar com fervor a luta de classes, tratando a população indígena como uma população que não é bem vinda na sua civilização, mas o mais impressionante, é o apoio que esse discurso discriminatório recebe da comunidade, tratando como bandido e vagabundo o povo, que outrora ocupava toda a região da antiga Xapecó.
Então, por não possuírem as mesmas necessidades de crescimento capitalista e acumulação de bens, os indígenas da antiga Xapecó foram considerados primitivos e subdesenvolvidos pelos invasores da terra, conceito que continua até hoje, afinal a demarcação de terras indígenas é um assunto polemico e pouco tratado, vaiado pela população e abandonado pelas autoridades politicas locais.


Foto: Juliana Giongo

REFERENCIAS



CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. In.: A sociedade contra o Estado: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac Naify, 2003.


MARX, Karl. O Capital. Vol. 2. 3ª edição, São Paulo, Nova Cultural, 1988.

Utilização de memes no ensino de História

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